Hoje o Maestro Lula Wittlin me mandou uma mensagem de Whatsapp dizendo: “do túnel do tempo” e em sequência mandou a trilha que ele compôs para o grande filme institucional que fizemos para o Grupo Bozano, Simonsen, ainda na Intervalo.
Ah tempo bom… Em tudo. Éramos mais (muito) jovens, o Rio de Janeiro muito mais rico (e nós também). Outro dia, comentando com outros amigos, contamos quantos anunciantes e clientes financeiros perdemos na cidade… Banerj, Unibanco, Nacional, Bozano, Simonsen, Boavista, Econômico e Bamerindus. Certamente tem mais.
Eu sei que o Econômico era baiano, mas as coisas aconteciam aqui. Trabalhei na Propeg, como chefe de estúdio gráfico, onde dirigidos pelo Bjarke Rink fizemos a inesquecível campanha da Caderneta Econômico “Dona Onça!”. Trabalhei como um mouro, mas foi bom, este trabalho me catapultou para a TV Globo. Viviano Caldas ainda não dava choques, e também estava por lá. Quem me ligar perguntando eu canto o jingle inteirinho: “todos os bichinhos, com os sacis aprenderam a poupar…”
O Bamerindus também, era paranaense, mas fazia muitas coisas aqui no Rio. Durante anos eu fiz a animação dos sorteios do TV Bamerindus. O resultado saía no sábado e no domingo tinha que ter a animação pronta para passar no Faustão. Outro dia eu escrevo sobre esta epopéia, que também foi muito legal.
Voltando ao trampo do Bozano, Simonsen, nós tínhamos uma posição muito boa como fornecedores do Grupo né? Meu amado sócio Thomas Wilson era filho do Carlyle Wilson, Vice-Presidente do Grupo, um dos braços direitos do Julio Bozano, de modo que ao surgir a demanda, nem teve concorrência né?
Certamente foi o mais valioso job que tivemos até hoje. Contratamos um Dream Team, com Adolfo Rosenthal, Toni Cid Guimarães, Lula Wittlin e mais toda a equipe da Intervalo. Gravamos durante um ano inteiro, viajando por todo o Brasil para termos imagens de todo o Grupo. “Quarenta empresas controladas e coligadas”, entre elas a Embraer, a Renasce, que controlava os shoppings que hoje são a Multiplan, fazendas, siderúrgicas, além do Banco… era um Grupo Econômico com letra maiúscula.
Não usamos uma única imagem que não fosse nossa, tudo filmado em 35mm, ainda não existia este negócio de digital. Também não existiam drones, todas as imagens aéreas são de helicópteros. Um luxo. No escopo do projeto estava também a reforma do auditório na sede do Banco, que equipamos com Betacam e projetores da mais alta resolução na época. O Júlio Bozano convidava para almoçar lá no restaurante do Banco, e depois do almoço, passava o filme para os convidados.
Nós achando que ele queria se exibir… mas nada, ele estava é vendendo tudo. Muito resumidamente, vendeu tudo, menos a Embraer, embolsou mais de 3 bilhões de dólares, destinou meio bilhão para a ex-esposa e casou com a veterinária dos seus cavalinhos. Não é bobo não… segundo a Forbes, sua fortuna deu uma caída, agora está em apenas 2.1 bilhões de dólares, na posição de 1.493 homem mais rico do mundo. Tá ruim não.
Não foi fácil, o trabalho deu muita ziquizira, atrasos, estourou orçamento, mas ficou lindo. Na época, foi o mais lindo, bem produzido e finalizado filme institucional visto no mercado. Uma pena que era somente exibido privée lá no auditório do Banco. E na Intervalo, onde todos assistiam babando. Imagens lindas, música linda, grafismos lindos.
Assim era mais fácil manter-se na Torre do Rio Sul. Hoje provavelmente um financeiro do grupo iria travar o preço e o filme todo feito com imagens de stockphotos com gravações de iPhone. É outro pensamento, outra doutrina. Todo o dinheiro que por ventura exista, hoje em dia é para ser guardado pelo acionista principal e/ou roubado em corrupção. Dinheiro para pagar empresas e fornecedores é o mínimo possível, e como ensinam os sócios da Americanas, em 120 dias ou mais.
Não sei onde estão as cópias boas deste incrível trabalho. Certamente eu devo ter guardadas em fitas Betacam analógicas, talvez em Digital, mas no momento, só tenho esta introdução em baixa resolução, que está no Youtube…. desculpem-me. Mas já dá prá ver que foi demais. Todos os que participaram se orgulham do resultado.
Adoro este tipo de trabalho. Criação, desenvolvimento e produção de filmes institucionais. Fizemos muitos outros depois, mas neste nível, não mais.
Fizemos muitos jobs para a agência África e seu cliente Brahma. Muitos mesmo.
É aquilo, cliente enorme, você entra para o pool de produtoras que o atende e a partir daí, tem trabalho toda hora.
Neste job, tínhamos que fazer uma ilustração para um pôster que seria utilizado na Oktoberfest. Brahma era a cerveja oficial do Oktoberfest.
Recebemos esta imagem abaixo como referência para refazer o fundo em 3D, e um layout para ilustrar e produzir.
Sobre o novo fundo em 3D, seria aplicada a foto de uma modelo, que ficamos esperando… atrasou. E quando chegou, rimos muito, mas muito mesmo.
O que aconteceu… A Kaiser, concorrente, tinha acabado de fazer um filme onde colocou 20 louras lindas acima de 25 anos, esgotando o mercado de louras lindas. KKKK, era um outro tempo, quando louras lindas eram exigidas para este tipo de trabalho, e quando os clientes não queriam usar rostos que foram usados pelo concorrente.
Isso acabou, hoje os clientes não estão nem aí, lembro deste episódio – https://janela.com.br/2019/02/06/conhecam-a-estudante-ideal-da-publicidade-brasileira/, quando os clientes nem ligaram.
A modelo foi então escolhida por seu book, mas o resultado não agradou ao Diretor de Criação e Arte Eduardo Martins, que muito antes do Instagram e seus filtros mágicos, meteu a mão no Photoshop e “corrigiu” a modelo totalmente. Mexemos em tudo!
Mexemos no rosto, nos seios, nas pernas e aplicamos na nossa arte. Ficou bacana.
O cliente amou o resultado, o que no final das contas, é o que importa.
Como postei anteriormente, o projeto de expansão da Estação de Tratamento de Água de Juturnaíba não foi rápido e ainda estamos gravando imagens do processo.
Dia 22 de maio realizamos a quarta gravação, estamos capturando etapas importantes da obra, editando filmes pequenos e preparando um filme maior, onde teremos toda a realização. Ainda falta uma gravação.
A data prevista para a exibição dos filmes é no meio de julho.
É um trabalho que eu adoro fazer. Uma viagem sempre gostosa até a ETA no lago de Juturnaíba, de manhã bem cedo passando por Silva Jardim e São Vicente. Um Rio de Janeiro que as pessoas não conhecem.
Cinematograficamente é simples, o desafio é inventar imagens bonitas no meio da obra, o que nem sempre é fácil.
O resultado será, e já é, uma documentação do trabalho, que poderá ser usado de diversas maneiras, como por exemplo venda, divulgação, motivação da equipe e registro histórico para a construtora.
Toda construtora deveria colocar em suas planilhas uma previsão para este tipo de investimento.
Aguardem!!!
Conversando agora com uma amiga, lembrei de um “causo” antigo, de um trampo de computação que está no meu portfólio, mas não no da Imagina, foi feito na Intervalo, minha antiga produtora. Ri muito ao lembrar da história toda, da briga de vaidade que existe entre os atores.
Vamos lá.
O Hans Donner criou uma linda abertura, com imagens filmadas, misturando desenho animado e com os nomes dos atores entrando em 3D sobre as imagens, com reflexos das imagens e do desenho animado. Um trampo de super bom gosto.
Mas que o Hans amaldiçoou depois!! kkkkkkkk, jurou que nunca mais iria fazer qualquer abertura com o nome dos atores animados, porque foi muita encrenca.
Existem nomes grandes, com muitas letras, e nomes pequenos. Na animação, por questões de animação e tempo, por onde entra e sai o nome, não deu para deixar todos os nomes com o mesmo tamanho de letra. Se usasse uma letra pequena os nomes pequenos ficariam muito pequenos e teriam que correr muito para atravessar a tela, e se fossem usadas letras maiores não caberiam na tela os nomes maiores, que também teriam consequências nas animações.
Pois bem, escolhemos as cenas, fizemos todos os render e composições e pá!!! Deu merda!!! Teve ator perguntando: “Porque o nome de fulano ficou maior do que o meu?”, “Porque o fulano ficou 1 segundo a mais na tela do que eu?”, kkkkkkk, meu Deus, o bicho pegou.
E não adiantou explicar que o tamanho dos nomes e das cenas é que controlavam isso, eles ficaram de muxoxo e reclamando e nós tendo que mudar tamanhos e cenas até ficar “aceitável”.
Tive que refazer várias vezes e depois de umas 10 eu fui conversar com o Hans… meu amigo, o combinado era fazer 1 (UMA) vez, já estamos na décima e vem mais por aí. Aí ele não quis pagar e eu bati pé, afinal, se eu não conseguir cobrar bem da TV Globo, Petrobras, Souza Cruz (na época), vou cobrar bem de quem?
E tivemos que mexer mais!!! Pois o elenco ficou mudando até poucos dias antes da estréia, foi um stress, ainda mais que na época os computadores não eram assim tão rápidos.
No final deu tudo certo, eu adoro este trabalho, um dos mais bacanas do meu portfólio pessoal. Não briguei com o Hans nem com a TV Globo, refizemos só umas 20 vezes e o Hans jurou que nome de ator, dali prá frente, é em caracter na edição e f*dam-se!!!
Usamos Matador, Media Illusion, 3D MAX, Flint e Digital Betacam para fazer isso.
Pois é, o Estado do Rio tem muitos lugares que não conhecemos. Alguns até bem pertinho. A barragem e Lagoa de Juturnaíba é um deles. A região dos lagos fluminenses não recebe água do sistema do Guandu, para eles, a água vem de Juturnaíba, que fica ali entre Silva Jardim e Araruama. Muito bonito e interessante o lugar.
Pois lá na Estação de Tratamento de Água da Prolagos, em Juturnaíba, nosso cliente AC2R está construindo uma ampliação que irá aumentar a capacidade da estação de 1.500 litros por segundo para 1.800 litros por segundo, nesta primeira fase.
A Imagina está produzindo filmes institucionais com todas as fases da obra, que segue em passo acelerado. Já produzimos 2 filmes, mais 3 vem por aí!!!
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