Dirigidos por Adolfo Rosenthal, a Imagina participou da produção inicial de 65 filmes para a Plataforma Conecta, uma iniciativa da UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com o apoio da Faperj e do Governo do Estado. Esta iniciativa, capitaneada pela Professora Tatiane Alves, é uma incrível ferramenta a disposição de toda a comunidade, divulgando as mais diversas iniciativas científicas, tecnológicas, sociais e outras, que estão em andamento na Universidade.

A Imagina participou na Edição, Sonorização, Grafismos e Finalização de todos os filmes desta primeira etapa. Gravados sobre fundo de Chromakey, o principal desafio foi o da quantidade, tanto para a gravação, que cansou os atores, como na finalização, que me cansou!!! kkkkk
A plataforma estreará em 02 de Abril de 2024. Obrigado UERJ, obrigado Adolfo, obrigado Professora Tatiane. Longa vida ao projeto, e mais filmes, é claro.
Nasci publicitário. Quando nasci Mamãe trabalhava na Grant Publicidade. A imensa maioria nunca ouviu falar, ignorância, a Grant foi grande: http://www.janelapedia.com.br/index.php/Grant
Foi a Grant também que me sustentou (hehe, meu dinheiro vinha de Mamãe) até eu começar a trabalhar. E, sem nenhuma surpresa, comecei a trabalhar em propaganda. Meu primeiro emprego em agência foi na Artplan, para onde fui ocupar o lugar do Eduardo Martins no estúdio. Já éramos amigos. Godim foi para a CBBA em sua primeira posição como DA, e me deixou gramando no estúdio da Artplan.
Nesta época, final dos anos de 1970, a publicidade era uma profissão de Gentlemans, e tinha exigências muito diferentes das de hoje em dia. Para ser Diretor de Arte, por exemplo, era necessário saber desenhar. Admitia-se que os DA’s não fossem ilustradores, até porque os ilustradores da agência eram Valter Maia e Benício, mas todos eram. E, para ganhar dinheiro como Redator, era necessário saber escrever bem um texto criativo/técnico publicitário. E tinha que sair de dentro da cabeça, pois ainda não tinha sido inventado o microcomputador. Toda a criação saía em layouts marcados com Stabilo e em textos digitados em máquinas de escrever. Sem nenhum computador, sem Google, sem pesquisas de imagem… saía da cabeça e da consulta de revistas e anuários. Também não existia o videocassete VHS. Incrível não é?
Não lembro se já existiam cursos de publicidade nas faculdades, mas isso não importava. A maioria dos profissionais na agência, na criação contava com o talento e vocação para a função. O publicitário é (era) um tipo diferente de profissional… uma pessoa observadora, sensível, capaz de entender, decifrar e codificar o mundo em formatos especiais (30 segundos de um comercial ou as páginas de uma revista). Eram todos artistas, raros, de difícil formação e talvez por isso eram disputados a tapa, não faltavam empregos e bons salários.
A criação era uma elite. Ganhavam bem, vestiam-se bem, tinham coisas caras, moravam bem, era uma elite.
Semana passada eu conversava com o Godim sobre a muito badalada previsão do Sr. Samuel Harris Altman – https://www.marketingaiinstitute.com/blog/sam-altman-ai-agi-marketing
Pois é, lemos e não duvidamos. Tanto fizeram para afastar a atividade do Publicitário da Arte, da Genialidade, do Talento, que agora serão todos substituídos por uma I.A. Parabéns.
Washington Olivetto vem reclamando da desvalorização do Publicitário desde os anos 90 do século passado, mas as coisas aceleraram muito nos últimos anos. O mundo mudou, as agências foram vendidas, os clientes foram vendidos. Hoje estão no controle não mais Fundadores, Inventores e Publicitários mas sim empresários e investidores. Muitos não entendem nada de publicidade e esta coisa de valorização de Publicitários só dá despesa. Praticamente todos os Grandes Publicitários do mundo não estão mais trabalhando em publicidade. A maioria está rica, contando metal, mas sem trabalhar em publicidade. Ultimamente também a onda Woke, que chegou com tudo. Onde a diversidade é mais importante do que tudo. O indivíduo pode nem ser o talentoso e bom Publicitário com o talento necessário, mas tem a diversidade necessária para a equipe.
Disse o Godim: “As agências caíram na besteira de virarem tecnológicas abraçando Google, Facebook, Instagram, Tiktok etc… Fizeram um tremendo esforço para transformar humanas em exatas. E agora, tecnologia por tecnologia, a I.A. faz.”
Eu não poderia concordar mais. As agências, cada vez mais iguais, cada vez mais dirigidas por pessoas que não são publicitárias, cada vez mais sem lideranças, cada vez mais wokadas, sem arte, sem brilho, com profissionais mal pagos (comparando com os salários do passado recente), caminham para virar um programa de computador.
Sem choro nem vela, ainda vão aplaudir, I.A. é o futuro!
Ah… as coisas não mudam e sempre tem um guru, influenciador, sabichão, coach, espertão para dizer que o segredo é “fazer mais por menos”. Acabei de assistir um filme de uma produtora falando novamente isso.
Me lembrou o papo que eu tive com o saudoso amigo e publicitario Marcos Calvi. Fizemos um monte de filmes juntos. Ele me ligou, para me alertar de que ele recebeu uma proposta bem atraente de um concorrente meu, preu ficar ligado.
A proposta era a seguinte… a produtora entraria no processo criativo bem no seu início, colaborando na criação. Isso, segundo eles, minimizaria ruídos e seria capaz de gerar um resultado mais efetivo e orçamentos mais adequados. Ele achou a proposta incrível!
Eu imediatamente retruquei… então… a produtora se ofereceu para trabalhar mais, por mais tempo, para no final de tudo ter como objetivo reduzir o valor do orçamento. Não achei grandes coisa. Na verdade, achei uma proposta de merda. Além do que, meu trabalho seria o de diretor de filmes, com responsabilidades sobre a direção, animação, VFX, cinematografia, edição e produção.
No meu caso, sou também publicitário e criativo, comecei na Artplan e cheguei até ser dono de agência, mas não estaria dentro do escopo da produtora, criar o filme. É outro trabalho.
Agradeci a preocupação do amigo, mas disse que eu jamais concordaria com isso. Na minha cabeça mais trabalho=mais caro. Igual no supermercado quando eu compro mais 1kg de arroz=mais caro.
Pressionados pelos clientes, que há muito tempo são geridos e comandados por financeiros, as agências procuram orçamentos cada vez menores e sempre tem um sabichão para dizer que é assim que se faz.
Idiotas. A produtora que na época ofereceu este trabalho ao meu amigo não durou nada… desapareceu. A agência do meu amigo derreteu também.
Não há segredo no sucesso financeiro de um negócio, basta ser pago, justamente, por todos os seus trabalhos. Se você consegue ser pago justamente por seu trabalho, por um tempo suficiente, vc vive e faz reservas para viver e investir na sua vida, no seu negócio, no seu mercado.
Sempre irão aparecer estes espertos para dizer que a tecnologia, a IA e outras coisas irão permitir orçamentos mais enxutos, mais baratos. Uma mentira, porque a capacidade de cobrar, mudar, refazer, dos clientes, é infinita, de modo que o tempo médio para a produção de um filme mais ou menos se mantém. O seu custo é mais baixo em pessoal, em equipamentos, mas mesmo assim, não compensa, porque concorrentes nascem a cada segundo e não se realiza a quantidade que seria capaz de contrabalançar o preço mais baixo.
Lembrando que o seu preço abaixa, mas o colégio das crianças, o carro, o aluguel, as passagens aéreas, o supermercado, sobem. A tecnologia permite equipamentos mais baratos, mas reparem que são outros equipamentos, não são os mesmos. No seu caso, é o mesmo trabalho.
Os clientes, geridos por financistas, só pensam em dinheiro, em economizar em tudo para que sobre mais para os acionistas, os “stockholders”. Não são seus amigos ou parceiros para nada.
As agências, pressionadas por seus clientes, também não são. Salvo interesses específicos, tem 2.671 opções para escolher no mercado.
Além do que, são quase todas parte do WPP, Interpublic, Omnicom ou Publicis, que por sua vez são da BlackRock e Vanguard, que controlam a maioria dos grandes clientes do mundo. Ou seja, é tudo farinha do mesmo saco, controladas por financistas.
Finalizando, é mentira que a redução dos preços forçada pelos financistas e operacionalizada pela tecnologia é um bom futuro. Não é. A redução “seus” preços apenas concentra os lucros nas mãos deles, onde geralmente os preços, sempre, sobem.
Fica a dica. Grato.
Para atender ao nosso cliente, a Construtora AC2R, a Imagina fez uso intensivo de tecnologias que estão todos chamando de Inteligência Artificial. E foi uma experiência incrível.
A demanda foi a de realizar uma simplificação do Código de Ética e Compliance da Construtora, visando um público alvo de operários da construção civil. O formato escolhido foi o de Quadrinhos, para tornar além de simples, atraente.
Para a simplificação e edição dos textos necessários, usamos extensivamente o Open AI ChatGPT. Bem direcionado, corrigido e baseado no texto original o sistema foi capaz de editar textos adequados a nova proposta, acelerando e facilitando muito o processo de criação.
Para a ilustração dos Quadrinhos, foram produzidas mais de 40 ilustrações, usando o Discord MidJourney. Uma ferramenta difícil e desafiadora, que estamos apenas começando a explorar, mas que apresentou um resultado fenomenal, frente a qualidade obtida e a velocidade de produção.
E para a arte-finalização, montagem dos Quadrinhos, usamos o Canva, que melhora a cada segundo e no momento apresenta ferramentas de produtividade incríveis. Uns poucos retoques foram necessários usando Adobe Photoshop e GIMP.
Somente desta maneira, usando ferramentas avançadas de IA, foi possível cumprir o prazo e manter o preço dentro do orçamento. É uma revolução na maneira de trabalhar e que vai impactar de maneiras novas o mercado de trabalho para designers, criadores e ilustradores.
Dividindo minha experiência com minha orientadora de Mestrado, a Professora Roberta Portas da PUC-Rio, chegamos a conclusão de que a formação, talentos e capacidades dos profissionais, em sua base, não mudará muito. Fui bem sucedido porque tenho a experiência, o talento e a competência para usar as ferramentas de forma correta, eficiente e fazer boas escolhas, direcionando “prompts” de maneira a extrair delas um bom resultado. Lembrei que antigamente, eu tinha que manipular um aerógrafo para criar um degradée, algo que hoje é feito em segundos com o Adobe Photoshop, e isso não fez de mim um designer ou artista ultrapassado ou inútil. É um novo mundo que está diante de nós.
Gente… e não é que a Transbrasil ainda não ficou pronta?
Em outubro de 2014, ou seja, 9 anos atrás, eu recebi uma ligação aflita do consórcio construtor dizendo que dali a uma semana o Prefeito Eduardo Paes iria falar em um evento aberto ao público, dando o ponta pé inicial para as obras da quarta linha BRT da cidade. Depois da TransOeste, da TransCarioca e da TransOlímpica, estava chegando aí a TransBrasil, que seria (será?) a maior linha BRT do mundo!
Sem briefing, sem nada, tipo se vira aí seu Mário e faça um filme para o evento… Como eu gosto de dinheiro e de trabalhar, meti “as caras”, escrevi e produzi em tempo recorde um filme contando a história da Avenida Brasil, que é incrível. Contando a história dos prefeitos que mexeram nela… ficou um filme muito bacana e olha que nesta época eu ainda não era Historiador.
Pois é, ficou bonito mas foi bombado pela assessoria do Prefeito. Falaram que ele não curte ser comparado com ninguém, e que a história da Avenida Brasil não interessava. Uma pena, foi tudo para o lixo.
Passaram finalmente um briefing e ainda zonzo da trabalheira que foi fazer o primeiro filme, meti bronca e falei que para fazer outro, eu cobraria de novo. Não tive culpa pela desorientação. O prefeito adiou por uma semana o evento e tive mais uma semana para começar do zero um outro filme.
Foi também uma maluquice sem fim. Como cinegrafista e DP usei meu camarada, o agora canadense Vilson Jr., muita imagem de helicóptero e um corre-corre sem fim para aprontar.
Lembrei de contar isso agora hoje mexendo em meus arquivos achei uma imagem de proposta de estação de BRT. Tudo porque na véspera, literalmente na véspera da exibição do filme, ainda faltando muita coisa, o Prefeito berrou e disse que não queria aquele “galinheiro” como design para as estações e mandaram esta imagem aí. Muito mais bonita. Agora imaginem, o filme quase lá e teríamos que mudar todas as estações, em 3D render. Não dava, era impossível.
Virei a noite inventando uma edição para resolver isso e foi a primeira e única vez na vida que um trabalho me deixou biló das idéias. Eu surtei. Mas me recuperei e inclusive fui lá no evento participar da exibição. E, longe, muito longe do que se tinha planejado, funcionou!!!!!
Estamos agora, 9 anos após este episódio, a TransBrasil não ficou pronta e as estações são o galinheiro que o Prefeito detesta. Será que um dia esta TransBrasil ficará pronta? Funcionará? Como diria minha mãe, “sabe Deus!”
Fica aí mais este trampo. Adoramos fazer, mesmo surtando.
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