Uma semana ilustração, a outra filme, este é o esquema para ir fazendo estes posts. Semana passada falei sobre a ilustração de Parmalat para a África, hoje então, falarei sobre o filme que fizemos para a Araújo Abreu. Dirigido pelo Mário Nakamura, a Imagina-Digital Brain Lab finalizou, com edição, cor, efeitos, uma pequena série de filmes para este cliente. São especializados em manutenção, e várias empresas grandes utilizam seus serviços. Por exemplo, tenho infelizmente frequentado o INCA e vivo vendo funcionários deles por lá. Na TV Globo também.
Outra coisa bacana foi este job ter tido o atendimento da Aline Miranda, outra querida e que faz acontecer. Suave na nave, assim foi este trabalho.
Algumas palavras que hoje em dia podem ter o seus conceitos confundidos seriam a fama, a influência, a importância, a popularidade e finalmente a relevância. Mas não deveriam, cada uma serve a um propósito, a um conceito único.
Esta semana, conversando com meu amigo Hernani Heffner na Cinemateca do MAM, lembrei de um episódio que me abalou profundamente e me fez mais uma vez filosofar sobre os tempos que estamos vivendo. Uma época onde a quantidade se sobrepõe de forma terrível sobre a qualidade de tudo. Uma época onde o que importa mais é a quantidade de “likes” sobre qualquer assunto, muito mais do que a qualidade do mesmo.
Venho já a alguns anos batalhando para me tornar uma referência na área da História da Computação Gráfica. Fui sortudo o suficiente para estar na TV Globo no início dos anos 80 e fui, junto com outras poucas dezenas de pessoas no mundo, um pioneiro nesta área. Tendo depois me tornado um Historiador, abracei esta área de pesquisa e tenho me dedicado a palestrar, escrever, informar e divulgar que o Brasil foi importante nesta história.
Dentro deste contexto, o meu amigo Jorge Banda, Supervisor de VFX da TV Globo, convidava-me anualmente para palestrar sobre a arqueologia da CGI para o departamento de VFX da TV Globo, lá no Projac, em uma iniciativa muito bacana e que incluía vários outros temas.
Aí aconteceu o episódio que me abalou e que dá título a este texto. Dentro de uma audiência de umas 30 pessoas, todas funcionárias da TV Globo, do Centro de Pós Produção, o que significa que são artistas de VFX, Editores, Ilustradores e etc, 24 (vinte e quatro) não sabiam quem é Hans Donner!
Como também não sei quem vai ler isso, kkkk, vou rapidamente dizer quem é Hans Donner. É um dos maiores designers do mundo. Criador do Logotipo da TV Globo e durante 40 anos o maior responsável pelo visual da empresa em todas as suas facetas. Praticamente todas as aberturas, grafismos e logotipos das centenas de programas produzidos pela TV Globo neste período, saíam de seu departamento dentro da TV. Apenas em 2016 ele foi afastado desta função, mas permanece na TV, vivinho da Silva e ainda produzindo design.
Como podem 24 profissionais da área não saberem quem é Hans Donner? A relevância do trabalho desenvolvido por ele é inquestionável, mas sua fama acabou, a sua popularidade também. E hoje, sem fama e popularidade, não se tem importância. E se não se tem importância, não se conhece. Infelizmente e lamentávelmente.
Sofro muito com isso em outro trabalho que realizo, o de jornalista especializado em motociclismo. Há mais de 15 anos escrevo em www.motozoo.com.br meus comentários sobre corridas e tudo o que acontece sobre o motociclismo. Procuro escrever um texto de qualidade, acredito que com sucesso. Dá-me muito prazer mas o resultado comercial é nulo, o site não é explorado comercialmente. Outro dia, conversando com o Ricardo Lopes sobre isso, a comercialização do site, ele fez-me uma pergunta logo de cara que liquidou minhas chances, kkkkk. “Mário, vc faz o site prá você ou para o público?”. Pronto, babou. Para ter a quantidade de likes capaz de atrair a este novo público de hoje em dia, a qualidade dos artigos tem que ser ridícula. O que importa é a quantidade. Sempre digo que se eu colocar um macaco pulando e fazendo macaquices em uma moto vai dar mais quantidade de likes, e isso hoje importa mais do que a qualidade de um artigo ou matéria.
Exemplos não faltam. Jorge Lorenzo, cinco vezes campeão do mundo de motociclismo, um dos maiores campeões de todos os tempos, aposentou-se tem apenas 2 anos. Jovem, campeão, milionário, carismático, inteligente, fez um canal de Youtube para comentar as corridas. Virou meu concorrente, kkkkkk. Boas análises, mas no final conseguiu apenas 54 mil seguidores. Parece que desistiu. Vejam bem, qualquer bunduda de comunidade no Rio de Janeiro consegue mais de meio milhão de seguidores. As mais bonitas passam do milhão com facilidade.
É isso, para se ter quantidade, pouco importa a qualidade. Para se ter fama, popularidade e importância para este mundo de likes, pouco importa a relevância. A relevância não é subjetiva, não é popular e ela é permanente. Hans Donner, Jorge Lorenzo são relevantes. Espero um dia ser também.
E saiu o resultado do Prêmio Colunistas! Que legal, a Butterflies in the Stomach, produtora do meu ex-sócio Mário Nakamura, foi a Produtora do Ano, com 2 GP’s e um bronze em filmes, e mais um ouro, dois bronzes e mais um finalista em na categoria técnica. Impressionante.
Tirando os GP’s, lindos, mas que eu não participei diretamente, todos os outros contaram com a minha ralação explícita na Digital Brain Lab – Imagina.
O filme do Boticário é uma lindeza, acho eu. Já tinha escrito sobre ele aqui no Blog da Imagina em https://www.imagina.com.br/blog/?p=3189, leiam de novo, vale a pena. Na primeira fase do Prêmio, quando fui convidado pelo Marcio Ehrlich para votar, votei ouro nele. FIlmaço, Bronze em Direção, Bronze em Fotografia. Acho o som deste filme também, by Soundzilla, muito impressionante. Ainda mais para uma quase estréia do Nakamura na direção de grandes filmes.
O outro filme que ralei muito para colocar de pé, foi o LIV – https://www.imagina.com.br/blog/?p=3036, #Escola que Sente, primeiro filme da parceria de direção do meu compadre Eduardo Martins como Mario Nakamura. Bronze em Fotografia. Fiz dezenas de edições, milhares de detalhes, o filme custou muitas horas nos computadores para ficar pronto.
O finalista em Fotografia foi o filme Café da Manhã para o cliente Café Canaã. Merecido e muito, dirigido por Rodrigo Van der Put, editado por Antônio Tolipan, é muito bacana. Lindo, com estrelas, boa música. Merecido.
Já que não participei deixo aqui por último os links dos GP’s. Parabéns para o Nakamura, para o Dudu, para a Butterflies in the Stomach e para o Digital Brain Lab.
Para esta semana escolhi a ilustração que fizemos para a Parmalat e Agência África. Foi para nós uma oportunidade muito festejada na época, porque só fazíamos Brahma por lá. Estávamos começando a fazer Brahma na verdade, e receber um job de Parmalat, de outra dupla, deu-nos a certeza de que estávamos indo bem como fornecedores da agência.
Usamos uma misturada de softwares para fazer o leite com metaballs e o resultado ficou muito em cima do layout oferecido pela agência. Os layouts que vinham da África eram assim, vou te contar, quase davam para usar, eram quase sempre muito bons, uma coisa impressionante.
Maneiro, gosto muito deste trabalho e o anúncio, que não tenho, ficou lindo. Semana que vem tem mais.
Meu Deus! O tempo está voando e já está na hora de escrever novamente sobre um job do nosso demo. Como semana passada foi um de ilustração, hoje será um de vídeo. Escolhi o VFX do longa Se a Vida Começasse Agora. Desafiador, para dizer o mínimo. É um projeto muito bacana, que me deu a oportunidade de conhecer muita gente legal, mas que carrega um caminhão de problemas nas costas. Vejam clicando aqui.
Como se fosse pouco, no dia marcado para as filmagens, que seriam no campo de golfe do Rio de Janeiro, choveu para calamidade pública e grande parte do filme foi filmada de emergência nos estúdios do Polo em fundo de Chroma-key, para posterior VFX. Também de emergência fomos convocados. Alguns ficaram ótimos, outros nem tanto. Muitas cenas, pouco tempo e pouco planejamento, foi emergencial. Mas está ficando legal, vamos ver como vai ficar. O mais legal é que conheci a Luiza Valdetaro, hahahaha, muito linda e gente boa no último furo. Tentei me oferecer como stand-in para o Caio Castro, mas não consegui, sou muito mais forte do que ele!!! Brincadeira, foi muito legal participar do filme, e espero que seja lançado em breve.
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