Arquivo mensal 30 de agosto de 2021

Folha de São Paulo

Esta ilustração em 3D para a Folha de São Paulo é muito boa para mostrar como a imagem de computação pode ser eficiente. Ela era uma das possibilidades na mão do Produtor da Agência para conseguir esta imagem. A outra seria a foto de estúdio. Porém, a quantidade de modificações que ela sofreu, foram insanas. Mesmo com a aprovação do layout pelo cliente, com o posicionamento preciso de cada marca, tudo mudou muitas vezes, inclusive o logotipo de alguns clientes. Imagine manter isso montado no estúdio e ficar rearrumando ou refazendo caixas para dar o click? Pois é, em 3D e computação gráfica, é mais simples, muda-se o modelo e render. Curto-a por isso, parece simples, mas como todo trabalho publicitário, complica. Nada é fácil para propaganda, é incrível. Para a África em SP.

Top2You!

E esta semana é filme. Para a NOM do Beto Werneck e seu cliente Top2You fizemos um filme todo em chromakey e letterings, lá em nosso pequeno estúdio mesmo. A atriz, que não lembro o nome (desculpem-me) é ótima, e a gravação correu sem nenhum problema. A dificuldade do trabalho foi o critério do Beto com os letterings em suas posições, animações e timings. Além do chromakey, que sempre dá trabalho, por mais que se capriche na captação e luz. Curti fazer e o resultado foi um sucesso no cliente.

Vejam o portfólio clicando aqui!

Logo Brahma

De tempos em tempos a Brahma mexe e troca o seu logotipo. Desde o seu início, a marca tem mais de 130 anos, foram dezenas de logos. Nós inclusive fizemos uma série especial de rótulos e ilustrações, mostrando esta evolução, vejam clicando aqui ó.

Em meados de 2010, recebemos a missão de finalizar em 3D a então “nova banana de Brahma”, como era chamada na agência. O logo que foi aplicado em toda a programação visual da marca, nas latas, nas garrafas, embalagens, caminhões e etc.

Foi um trabalho de ilustração relativamente simples, mas de grande repercussão, pois sua utilização foi grande, espalhando-se por todo o Brasil. Dirigidos por Eduardo Martins, então Diretor de Criação na Agência África, usamos o 3D Maya com retoques no sempre presente Adobe Photoshop.

Se tivéssemos cobrado meio centavo por cada cerveja que foi fabricada com ele hein? Estariamos mais ricos do que o Lemman.

Araújo Abreu

Uma semana ilustração, a outra filme, este é o esquema para ir fazendo estes posts. Semana passada falei sobre a ilustração de Parmalat para a África, hoje então, falarei sobre o filme que fizemos para a Araújo Abreu. Dirigido pelo Mário Nakamura, a Imagina-Digital Brain Lab finalizou, com edição, cor, efeitos, uma pequena série de filmes para este cliente. São especializados em manutenção, e várias empresas grandes utilizam seus serviços. Por exemplo, tenho infelizmente frequentado o INCA e vivo vendo funcionários deles por lá. Na TV Globo também.

Outra coisa bacana foi este job ter tido o atendimento da Aline Miranda, outra querida e que faz acontecer. Suave na nave, assim foi este trabalho.

Sobre a Fama e a Relevância

Algumas palavras que hoje em dia podem ter o seus conceitos confundidos seriam a fama, a influência, a importância, a popularidade e finalmente a relevância. Mas não deveriam, cada uma serve a um propósito, a um conceito único.

Esta semana, conversando com meu amigo Hernani Heffner na Cinemateca do MAM, lembrei de um episódio que me abalou profundamente e me fez mais uma vez filosofar sobre os tempos que estamos vivendo. Uma época onde a quantidade se sobrepõe de forma terrível sobre a qualidade de tudo. Uma época onde o que importa mais é a quantidade de “likes” sobre qualquer assunto, muito mais do que a qualidade do mesmo.

Venho já a alguns anos batalhando para me tornar uma referência na área da História da Computação Gráfica. Fui sortudo o suficiente para estar na TV Globo no início dos anos 80 e fui, junto com outras poucas dezenas de pessoas no mundo, um pioneiro nesta área. Tendo depois me tornado um Historiador, abracei esta área de pesquisa e tenho me dedicado a palestrar, escrever, informar e divulgar que o Brasil foi importante nesta história.

Dentro deste contexto, o meu amigo Jorge Banda, Supervisor de VFX da TV Globo, convidava-me anualmente para palestrar sobre a arqueologia da CGI para o departamento de VFX da TV Globo, lá no Projac, em uma iniciativa muito bacana e que incluía vários outros temas.

Aí aconteceu o episódio que me abalou e que dá título a este texto. Dentro de uma audiência de umas 30 pessoas, todas funcionárias da TV Globo, do Centro de Pós Produção, o que significa que são artistas de VFX, Editores, Ilustradores e etc, 24 (vinte e quatro) não sabiam quem é Hans Donner!

Como também não sei quem vai ler isso, kkkk, vou rapidamente dizer quem é Hans Donner. É um dos maiores designers do mundo. Criador do Logotipo da TV Globo e durante 40 anos o maior responsável pelo visual da empresa em todas as suas facetas. Praticamente todas as aberturas, grafismos e logotipos das centenas de programas produzidos pela TV Globo neste período, saíam de seu departamento dentro da TV. Apenas em 2016 ele foi afastado desta função, mas permanece na TV, vivinho da Silva e ainda produzindo design.

Como podem 24 profissionais da área não saberem quem é Hans Donner? A relevância do trabalho desenvolvido por ele é inquestionável, mas sua fama acabou, a sua popularidade também. E hoje, sem fama e popularidade, não se tem importância. E se não se tem importância, não se conhece. Infelizmente e lamentávelmente.

Sofro muito com isso em outro trabalho que realizo, o de jornalista especializado em motociclismo. Há mais de 15 anos escrevo em www.motozoo.com.br meus comentários sobre corridas e tudo o que acontece sobre o motociclismo. Procuro escrever um texto de qualidade, acredito que com sucesso. Dá-me muito prazer mas o resultado comercial é nulo, o site não é explorado comercialmente. Outro dia, conversando com o Ricardo Lopes sobre isso, a comercialização do site, ele fez-me uma pergunta logo de cara que liquidou minhas chances, kkkkk. “Mário, vc faz o site prá você ou para o público?”. Pronto, babou. Para ter a quantidade de likes capaz de atrair a este novo público de hoje em dia, a qualidade dos artigos tem que ser ridícula. O que importa é a quantidade. Sempre digo que se eu colocar um macaco pulando e fazendo macaquices em uma moto vai dar mais quantidade de likes, e isso hoje importa mais do que a qualidade de um artigo ou matéria.

Exemplos não faltam. Jorge Lorenzo, cinco vezes campeão do mundo de motociclismo, um dos maiores campeões de todos os tempos, aposentou-se tem apenas 2 anos. Jovem, campeão, milionário, carismático, inteligente, fez um canal de Youtube para comentar as corridas. Virou meu concorrente, kkkkkk. Boas análises, mas no final conseguiu apenas 54 mil seguidores. Parece que desistiu. Vejam bem, qualquer bunduda de comunidade no Rio de Janeiro consegue mais de meio milhão de seguidores. As mais bonitas passam do milhão com facilidade.

É isso, para se ter quantidade, pouco importa a qualidade. Para se ter fama, popularidade e importância para este mundo de likes, pouco importa a relevância. A relevância não é subjetiva, não é popular e ela é permanente. Hans Donner, Jorge Lorenzo são relevantes. Espero um dia ser também.